04 outubro 2016

Resenha: O menino no alto da montanha, de John Boyne




Quando fica órfão, Pierrot é obrigado a deixar sua casa em Paris para recomeçar a vida com sua Tia Beatriz, governanta de uma mansão no alto das montanhas alemãs. Porém, essa não é uma época qualquer: estamos em 1936 e a segunda Guerra Mundial se aproxima. E essa tampouco é uma casa qualquer, mas a casa de Adolf Hitler. Logo Pierrot se torna um dos protegidos do homem e se junta a Juventude Alemã. Mas o novo mundo que se abre ao garoto fica cada vez mais perigoso, repleto de medo, segredos e traição.

"Uma narrativa impactante sobre as tentações do poder, a vulnerabilidade da juventude e a dor terrível de uma vida repleta de arrependimentos. " The Guardian.


E aí meu povo. Bom, essa é a minha primeira resenha aqui no blog, primeira de muitas, assim espero. Depois farei um post me apresentando, contando um pouco de mim, o que gosto de ler, se estou solteiro (brincadeira.), mas me apresentando mesmo. Como sou muito ansioso e afobado, preciso falar logo sobre esse livro que me conquistou de maneira tão rápida, e ao mesmo tempo, me trouxe de volta a escrita de John Boyne 

Li à alguns meses atrás, O Menino do Pijama Listrado (que já recomendo de olhos fechados) e mais uma vez o autor nos presenteia com essa obra que tem praticamente o mesmo plano de fundo, porém o que muda é a escrita, o amadurecimento do personagem principal e a história que é bem mais crua e fria. 



O Menino no Alto da Montanha se passa em meio à Segunda Guerra Mundial e é dividido em três partes: A primeira, temos Pierrot, uma criança vivendo sua inocência em Paris com seu pai, um homem que voltou da guerra de uma forma totalmente diferente, o pai cuidador, carinhoso, acabou retornando cheio de pesadelos, lembranças terríveis do que viu e do que fez, e principalmente, começou a beber bastante chegando até a agredir a esposa. Sua mãe, uma bela moça Francesa, vive sua vida cuidando de seu filho, e tem uma grande amizade com uma vizinha, a mesma têm um filho, surdo, judeu, que é o melhor amigo de Pierrot. Uma amizade tão bem construída, quando a do outro livro que já mencionei. 

Pierrot, por complicações do destino, fica órfão e vai parar em um orfanato. Pouco tempo depois, ele descobre que sua Tia Beatriz, irmã de seu pai, que ele nunca tinha visto em sua vida, voltou e vai adotá-lo. 

A segunda parte, já retrata o garoto na casa, quase vista como um castelo no Alto da Montanha, em que sua tia é governanta, detalhe: essa casa é de ninguém mais, ninguém menos que de Adolf Hitler (ele mesmo, o bigodinho!). O garoto, com toda a sua inocência, não consegue deixar o seu passado, suas lembranças para trás, porém, isso muda quando ele se vê cada vez mais interessado pelos ideais de Adolf, até mudando de nome para não ter nenhum resquício Francês, e começando daí um novo modo de ver as coisas, e tenho que confessar que o amadurecimento de Pierrot é assustador. 

A terceira parte, já mostra um Pierrot mais desenvolvido, voltado apenas à servir o seu "Grande rei", o menino que começou a endeusar Hitler, não o vê em momento nenhum como um homem ruim, ele se envolve de tal maneira, não agindo, mas sabendo de todos os planos dos Alemães, principalmente contra os Judeus. Aquele jovem órfão, sofrido,  quase não existe mais, e é difícil em algum momento sentir novamente pena dele. 
Nesta mesma parte teremos o fim da Guerra, a morte de Hitler, e talvez um pouco de arrependimento de Pierrot, porém, o que foi feito já foi feito. O que vai acontecer com ele pós-guerra? Bom, só você lendo pra saber. 

O final é um dos melhores que eu já li, e ao contrário do primeiro livro de John Boyne em que tive contato, onde as últimas páginas são um tanto quanto tristes, agoniantes, este nos dá algo diferente. Mais uma vez ele me cativou com a inocência de um personagem, mas também com um rápido e assustador amadurecimento do mesmo. É um livro triste, mas muito bem construído, com personagens fortes, cheios de opiniões. Devo dizer que até agora, é um dos melhores livros que já li na vida, e que todo mundo, todos, deveriam parar tudo e ler. 


Ficção Irlandesa | 223 páginas | Classificação: 5/5

2 comentários:

  1. Achei super interessante e amei sua resenha.
    Adoro histórias com contextos diferentes e não tão usuais.
    Art of life and books.

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    Respostas
    1. Obrigadooo! Espero que leia o livro, não vai se arrepender.
      Beijão. :)

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